Quando o Bruno chegou, deixei a câmera descansar por alguns minutos. Quis ouvir o que ele esperava dessas fotos: presença, sobriedade e um registro que fizesse sentido hoje e no futuro. Propus um começo silencioso para que o ensaio de formatura em BH nascesse como história — menos pose, mais verdade.
Nos primeiros cliques, organizei o essencial: postura que sustenta, respiração que acalma e um olhar que segura o quadro sem endurecer. Mostrei no monitor e afinamos juntos os detalhes — um giro de ombros, a inclinação do queixo, o tempo entre um clique e outro. A cada ajuste, o Bruno se reconhecia mais na imagem e o set ganhou ritmo próprio.
Fechamos o primeiro bloco com retratos prontos para convite e redes, mas que também pedem moldura para a família. Mantive o tratamento discreto — pele real, contraste moderado — para que a edição sumisse e a história aparecesse inteira em Belo Horizonte.
Optamos pelo estúdio em BH para garantir previsibilidade. Em época de formatura, prazos são curtos; controlar luz e tempo permite repetir setups com precisão e manter consistência entre variações de expressão e plano.
Com fundo neutro, o retrato respira: o rosto e os gestos conduzem a leitura. Símbolos do curso entram apenas quando fazem sentido, sempre como apoio, sem disputar atenção com a presença do Bruno.
Quando o briefing pede cidade ou campus, costumo propor uma segunda etapa externa. Aqui, a linguagem definida pedia cenário contido, direto e sereno — o suficiente para colocar o protagonista no centro.
Minha direção acontece em camadas. Primeiro, estrutura do corpo (pés firmes, eixo equilibrado, ombros organizados); depois, as mãos; por fim, a expressão. Prefiro instruções curtas e respiros entre elas — é nesse intervalo que os olhares verdadeiros aparecem.
Na luz, desenhei um principal suave com preenchimento controlado para preservar volume e evitar sombras duras. Variando pequenos ângulos de tronco e cabeça, obtivemos uma série coesa, em que cada foto conversa com a seguinte.
No tratamento, busquei uniformidade: balanço de branco coerente, contraste na medida e nitidez técnica. A pós existe para sustentar a narrativa, não para chamar atenção para si.
Antes de fotografar, alinhei o fluxo com o Bruno: blocos curtos, revisões rápidas no monitor e ajustes pontuais. Ver-se na tela dá segurança e acelera decisões — o retrato cresce quando o processo é claro.
Durante o set, mantive a conversa baixa. Quando a expressão chegava, eu recuava e deixava a imagem acontecer. Foi assim que chegamos aos retratos que a família reconhece de imediato como “o Bruno”.
Encerramos com uma seleção preliminar garantindo um retrato para o convite, alternativas para redes e imagens para guardar. Saímos com a sensação de trabalho resolvido, no tom certo.
Defina onde as fotos vão viver — convite, redes, álbum. Com isso claro, escolha peças lisas e bem passadas, em cores que conversem com pele e cabelo. Para quem usa barba, aparar com antecedência ajuda; óculos limpos e lábios hidratados também.
Leve referências simples e, se fizer sentido, um item simbólico do curso. Use com parcimônia: um gesto verdadeiro comunica mais do que muitos adereços. O objetivo é você se reconhecer nas imagens agora e daqui a alguns anos.
Chegue alguns minutos antes para ambientar e respirar. Presença muda o retrato — a câmera percebe quando estamos, de fato, ali.
Belo Horizonte oferece estrutura que ajuda quando o calendário aperta: estúdios preparados, bons laboratórios e fornecedores por perto — prazos mais curtos e qualidade consistente do arquivo à impressão.
Na Região Metropolitana (Contagem, Nova Lima, Sabará, Santa Luzia, Vespasiano, Lagoa Santa, São José da Lapa e Caeté), ajusto logística e ritmo para manter a mesma linguagem técnica e a mesma experiência.
No fim, um bom ensaio de formandos em BH transforma caminho em imagem. Quando a fotografia respeita a história de cada um, ela permanece.
Book de formando individual em bh
Fotografias: Homero Xavier
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