Quando a Camila chegou ao estúdio, deixei a câmera repousar e ouvi o que ela queria guardar desse dia: presença, serenidade e um registro honesto do caminho até Ciências Contábeis. Propus um começo sem pressa, para que o ensaio de formatura em BH soasse como história — menos pose, mais verdade. A ideia era simples: a pessoa no centro, a conquista aparecendo nos gestos.
Nos primeiros cliques, fomos ajustando o essencial: postura que sustenta, respiração que organiza o corpo, mãos resolvidas e um olhar que segura a imagem sem endurecer. Mostrei no monitor e afinamos juntos detalhes mínimos — um giro leve de ombros, a inclinação do queixo, o tempo entre um clique e outro. A cada ajuste, a Camila se reconhecia mais nas fotos e o set ganhou ritmo.
Encerramos o primeiro bloco com retratos que funcionam no convite e nas redes, e que também pedem moldura em casa. Mantive tratamento discreto — pele real e contraste moderado — para que a edição desaparecesse e a história dela ficasse inteira nas fotografias feitas em Belo Horizonte.
Optamos pelo estúdio em BH para garantir previsibilidade de luz e tempo. Em temporada de formatura, prazos correm; no estúdio repito setups com precisão e mantenho consistência entre variações de expressão e plano, sem depender do clima.
Trabalhei com fundo neutro para concentrar a leitura no rosto e nos gestos. Símbolos do curso entram quando fazem sentido — beca, livro, diploma — sempre como apoio, sem disputar atenção com a presença da Camila.
Se o briefing pede cidade ou campus, costumo propor uma segunda etapa externa. Aqui, o cenário contido e direto do estúdio sustentou a linguagem que combinamos: clara, serena e centrada na formanda.
Minha direção acontece em camadas: primeiro a estrutura do corpo (pés firmes, eixo equilibrado, ombros organizados), depois as mãos e, por fim, a expressão. Prefiro instruções curtas e respiros entre elas para que a pessoa ocupe a pose no próprio tempo; é nesse intervalo que os olhares verdadeiros chegam.
Na luz, desenhei um principal suave com preenchimento controlado para preservar volume e evitar sombras duras. Pequenas rotações de tronco e cabeça renderam variações suficientes sem quebrar a unidade visual do conjunto — do primeiro ao último arquivo.
No tratamento, busquei uniformidade: balanço de branco coerente, contraste na medida e nitidez técnica. A pós existe para sustentar a narrativa, não para chamar atenção para si.
Antes do primeiro clique, alinhei com a Camila o fluxo do set: blocos curtos, revisões rápidas no monitor e ajustes pontuais. Ver-se na tela dá segurança e ajuda a calibrar postura e expressão com naturalidade.
Durante as sequências, mantive a conversa baixa — só o essencial para guiar. Quando a expressão aparecia, eu recuava e deixava a imagem acontecer. Foi assim que chegamos aos retratos que a família reconhece de longe como “a Camila”.
Finalizamos com uma seleção preliminar garantindo um retrato para o convite, alternativas para redes e imagens para guardar. Saímos com a sensação de trabalho resolvido, no tom certo.
Defina onde as fotos vão viver: convite, redes, álbum. Com isso claro, escolha peças lisas e bem passadas, em cores que conversem com a pele e o cabelo. Acessórios discretos ajudam; pequenos cuidados — óculos limpos, lábios hidratados — fazem diferença.
Leve referências simples e, se fizer sentido, um item simbólico do curso. Use com parcimônia: um gesto verdadeiro costuma comunicar mais do que muitos adereços. O importante é você se reconhecer nas imagens hoje e no futuro.
Chegue alguns minutos antes para ambientar e respirar. A presença muda o retrato; a câmera percebe quando estamos, de fato, ali.
Belo Horizonte oferece estrutura que ajuda quando o calendário aperta: estúdios preparados, bons laboratórios e fornecedores por perto — prazos mais curtos e qualidade consistente do arquivo à impressão.
Na Região Metropolitana (Contagem, Nova Lima, Sabará, Santa Luzia, Vespasiano, Lagoa Santa, São José da Lapa e Caeté), ajusto logística e ritmo para manter a mesma linguagem técnica e a mesma experiência.
No fim, um bom ensaio de formandos em BH transforma caminho em imagem. Quando a fotografia respeita a história de cada um, ela permanece.
Fotografias: Homero Xavier
Edição: