Cheguei ao estúdio alguns minutos antes da Maria Cecilia para ajustar a luz base e preparar o primeiro set. Quando ela entrou, falamos sobre a reta final em Engenharia de Produção e sobre o que queria ver nas fotos: confiança, simplicidade e um registro que fizesse sentido agora e daqui a alguns anos. Propus um início tranquilo, deixando espaço para que o ensaio de formatura em BH soasse como a história dela, e não como um roteiro fechado.
Começamos com poses em pé para ganhar chão: postura organizada, olhar direto e mãos resolvidas. Mostrei os primeiros cliques no monitor e fomos afinando juntos — um giro de ombros, um respiro mais longo, a inclinação certa do queixo. A cada ajuste, a Maria Cecilia se reconhecia mais na imagem e o ensaio pegava ritmo.
Fechamos o primeiro bloco com planos médios e closes que funcionam bem no convite e nas redes. Mantive o tratamento discreto, pele natural e contraste moderado para que nada competisse com o que importa: a pessoa, a conquista e o momento vivido em Belo Horizonte.
Optei pelo estúdio em Belo Horizonte pela previsibilidade. Em época de formatura, controlar luz e tempo ajuda a manter consistência entre variações de expressão e postura, sem depender de clima ou imprevistos externos. Isso se traduz em um fluxo mais calmo e objetivo.
Com fundo limpo, a beca e os símbolos do curso entram como apoio quando fazem sentido, sem roubar a cena. A leitura do rosto fica clara, a expressão aparece inteira e as fotos conversam com o uso que virá depois — convite, feed, impressos para a família.
Quando o briefing pede cidade ou campus, costumo propor um segundo momento externo. Aqui, a linguagem que definimos com a Maria Cecilia pedia um set direto e sereno. O estúdio entregou exatamente essa atmosfera.
Minha direção acontece em camadas: primeiro estrutura do corpo (pés, eixo, ombros), depois mãos, por fim expressão. Dou instruções curtas e deixo silêncio entre elas para que a pessoa encontre o próprio lugar na pose. Com a Maria Cecilia, trabalhei respirações entre cliques — é nesse intervalo que surgem olhares verdadeiros.
Na luz, desenhei um principal suave com preenchimento controlado para preservar volume e evitar sombras duras. Pequenas rotações de tronco e cabeça renderam variações suficientes sem quebrar a unidade visual da série. O objetivo era coerência do primeiro ao último arquivo.
No tratamento, busquei uniformidade: balanço de branco coerente, contraste na medida e nitidez técnica. A edição precisa desaparecer para que a fotografia conte a história sem distrações e dure bem no tempo.
Antes do primeiro clique, alinhamos o fluxo: blocos curtos, revisões rápidas no monitor e ajustes pontuais. Ver-se na tela ajuda a calibrar expressão e postura com segurança e reduz a ansiedade natural de estar diante da câmera.
Entre uma variação e outra, mantive a conversa baixa — só o essencial para guiar. Quando a expressão chegava, eu recuava e deixava a imagem acontecer. É nesse espaço que o retrato respira e a pessoa aparece inteira.
Encerramos com uma seleção preliminar para garantir um retrato para o convite, alternativas para redes e imagens para a família. Saímos com a sensação de trabalho resolvido — do jeito que tem que ser.
Comece definindo onde as fotos vão viver: convite, redes, álbum. Com o objetivo claro, escolha peças lisas e bem passadas, em cores que conversem com a pele e o cabelo. Detalhes práticos — óculos limpos, lábios hidratados — fazem diferença no resultado.
Leve referências simples e, se quiser, um item simbólico do curso. Use com parcimônia: um gesto verdadeiro comunica mais do que muitos adereços. O importante é você se reconhecer nas imagens e ver sua história refletida nelas.
Chegue alguns minutos antes para ambientar e respirar. A câmera percebe quando estamos presentes — e presença é metade do retrato.
Belo Horizonte oferece estrutura que ajuda quando o calendário aperta: estúdios, laboratórios e fornecedores por perto. Isso encurta prazos e mantém a qualidade do arquivo ao papel.
Para quem vem da região metropolitana, o acesso é simples e o padrão técnico se mantém, seja no estúdio em BH ou em locações combinadas. O processo precisa ser fluido do início ao fim.
No fim, um bom ensaio de formandos em BH transforma caminho em imagem. Quando a fotografia respeita a história de cada um, ela permanece.
Fotografias: Homero Xavier
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