Quando a Veronica chegou ao estúdio, deixei a câmera na mesa por alguns minutos. Perguntei o que ela queria levar dessas fotos: presença, calma e um registro que lembrasse o caminho até aqui. Propus começarmos devagar, para que o ensaio de formatura em BH soasse mais como história do que como catálogo de poses.
Iniciei com enquadramentos simples — em pé, postura organizada, mãos resolvidas. Mostrei os primeiros cliques no monitor e afinamos juntos pequenos pontos: um giro nos ombros, a inclinação do queixo, o tempo de respiração entre um clique e outro. A cada ajuste, a Veronica se reconhecia mais na imagem e o ensaio ganhou ritmo.
Fechamos o primeiro bloco com planos médios e closes prontos para convite e redes. Mantive tratamento discreto, pele real e contraste moderado, para que nada competisse com o que importa: a pessoa e a conquista celebrada em Belo Horizonte.
Optei pelo estúdio em BH para controlar luz e tempo — em época de formatura, previsibilidade é essencial. Aqui consigo repetir setups com precisão e manter consistência entre variações de expressão e plano, sem depender de clima.
O fundo neutro concentra a leitura no rosto e nos gestos. Quando entram símbolos do curso, uso como apoio, sem roubar a cena. Para a Veronica, essa limpeza visual fez sentido: menos elementos, mais verdade no retrato.
Se o briefing pede cidade ou campus, costumo propor um segundo momento externo. Neste trabalho, a linguagem que definimos pedia exatamente esse cenário contido, claro e direto — suficiente para colocar a presença dela no centro.
Minha direção acontece em camadas. Primeiro, estrutura do corpo: pés firmes, eixo equilibrado, ombros organizados. Depois, mãos. Por fim, expressão. Prefiro instruções curtas e respiros entre elas para que a pessoa ocupe a pose no próprio tempo.
Na luz, desenhei um principal suave com preenchimento controlado, preservando volume e evitando sombras duras. Pequenas rotações de tronco e cabeça criaram variações suficientes sem quebrar a unidade visual do conjunto; a série precisa conversar entre si do primeiro ao último arquivo.
No tratamento, busquei uniformidade: balanço de branco coerente, contraste na medida e nitidez técnica. A edição deve desaparecer para que a fotografia sustente a narrativa sem distrações — hoje e daqui a alguns anos.
Antes do primeiro clique, expliquei o fluxo: blocos curtos, revisões rápidas no monitor e ajustes pontuais. Ver-se na tela ajuda a calibrar postura e expressão com segurança e reduz a ansiedade de quem não está todos os dias diante da câmera.
Durante o set, mantive a conversa baixa — só o essencial para guiar. Quando a expressão chegava, eu recuava e deixava a imagem acontecer. Em um desses momentos, a Veronica encontrou o olhar que buscávamos: firme, sereno, presente.
Encerramos com uma seleção preliminar garantindo um retrato para o convite, alternativas para redes e imagens para a família. Saímos com a sensação de trabalho resolvido, no tom certo para a história dela.
Comece definindo onde as fotos vão viver: convite, redes, álbum. Com o objetivo claro, escolha peças lisas e bem passadas, em cores que conversem com a pele e o cabelo. Detalhes práticos — óculos limpos, lábios hidratados — fazem diferença no resultado.
Leve referências simples e, se quiser, um item simbólico do curso. Use com parcimônia: um gesto verdadeiro costuma comunicar mais do que muitos adereços. O importante é você se reconhecer nas imagens e ver sua história refletida nelas.
Chegue alguns minutos antes para ambientar e respirar. A presença muda o retrato; a câmera percebe quando a pessoa está, de fato, ali.
Belo Horizonte oferece estrutura que ajuda quando o calendário aperta: estúdios, bons laboratórios e fornecedores por perto. Isso encurta prazos e mantém a qualidade do arquivo ao papel.
Na Região Metropolitana, o acesso é simples e o padrão técnico se mantém, seja no estúdio em BH ou em locações combinadas. O processo precisa ser fluido do início ao fim, com fotos que funcionem em diferentes usos.
No fim, um bom ensaio de formandos em BH transforma caminho em imagem. Quando a fotografia respeita a história de cada um, ela permanece.
Fotografias: Homero Xavier
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